El Bólido Agustín / André Rosemberg

Os contos de El Bólido Agustin exploram os cruzamentos entre futebol e história, centrando-se no caráter dramático dos acontecimentos esquecidos ou menosprezados. E fazem isso de maneira surpreendente, em três variações. 
O livro reúne três contos longos que misturam futebol, política e cultura. As narrativas têm personagens singulares: um ponta-direita argentino, um centroavante russo e um juiz brasileiro. O título vem do codinome do protagonista do primeiro conto: Agustín Oviedo, El Bólido, que foi peronista e teve envolvimento duvidoso com a ditadura argentina. 
No segundo conto, Eduard Anatolyevich Streltsov, centroavante do Torpedo de Moscou e da Seleção Soviética, escreve uma carta a Garrincha. 
O último texto é a investigação do drama de consciência de uma personagem tantas vezes amaldiçoada no futebol: um juiz. 
A escrita do historiador André Rosemberg reconstitui, na ficção, momentos do futebol atravessado por tensões políticas em três campeonatos mundiais: as Copas de 1978 na Argentina, 1958 na Suécia e 1962 no Chile. As narrativas se concentram nesses tempos históricos decisivos mas continuam a lançar luzes e sombras sobre o presente.
Nessas três narrativas, futebol e existência estão ligados de maneira indelével, unindo as pontas de passado e presente, para além das quatro linhas. Tal volume de contos mostra que o jogo pode ser épico e dramático, mas também patético e desimportante, apaixonante, desesperador, belo, cruel e acidentado como a vida.